quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Gilberto Gil - Gilberto Gil, 1969 (1969)

"Apesar da pressa com que foi feito, o disco não soa confuso. Abre intenso com Cérebero Eletrônico, segue com um arranjo muito curioso em Volks, Volkswagen Blue. Temos Aquele abraço, a canção de despedida de Gil que caiu no gosto popular. 17 Léguas e Meia é um forró psicodélico (eu 'viajei sem parar'..... 17 'légua e meia'...). A voz do vivo é a própria desconstrução. Vitrines já possui um arranjo mais elaborado, apesar de também bastante lisérgica. 2001 ganha empolgação na versão de Gil. Futurível é um delírio escrito por Gil quando estava preso. A música trata da mecanização da alma, um fenômeno que já não era novo em 1969.

Por fim, o disco encerra com uma das experiências psicodélicas mais radicais da música brasileira: Objeto Semi-Identificado. Uma colagem de sons e idéias feita em parceria com o escritor e artista plástico Rogério Duarte. A música transita por vários momentos, tudo em acordo com o tom da narrativa. A idéia foi levada adiante em 94, quando Gil gravou uma releitura desse tema, feita por Moreno Veloso e Lucas Santana

É claro que Gil exploraria todas as idéias de Gil 69 nos anos posteriores, com muito mais calma. Parece que esses discos de 69 da tropicália (Gil, Gal Costa e Caetano) foram necessários ao
desenvolvimento do conceito tropicalista. Aquele era o momento pra se psicodelizar geral e foi o que eles fizeram."

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